“Off”, em inglês, quer dizer “desligado” ou “fora”.
Em português, quando uso a palavra “off”, pode ser para indicar um dia sem trabalho, que estou de férias, que não vou responder a emails. Se digo algo em “off”, trata-se provavelmente de uma informação confidencial. Quando oiço “off”, penso também num universo de coisas e situações invisíveis—no que está fora de campo, escondido, no que não é oficial, no que não pode ou não quer ser colocado no centro da atenção. Penso numa estranheza subtil, no que está fora de lugar, no espectral, no fantasmal.

OFF inicia por uma pesquisa em torno da voz off, abordando os conceitos de fantasmagoria e espectralidade. É uma reflexão sobre a voz-off enquanto recurso capaz de influenciar um olhar, manipular um discurso ou alterar o que estamos a observar. Interessa-se por situações e objetos em estado de ausência-presença. É pôr em questão a forma de ver o mundo, o que acreditamos ver e o que especulamos que está lá, fora de campo.