Encontramos frequentemente a improvisação em situação de espectáculo na área da música, mas menos frequentemente na área da dança e da performance. No entanto, há toda uma história da improvisação que tem vindo a acontecer na área da dança nas últimas décadas. Elizabete Francisca, Mariana Tengner e Vera Mantero são improvisadoras experimentadas que pretendem aprofundar essa experiência através de um quadro de pluridisciplinaridade, não só pela prática da improvisação em espectáculo e sua pedagogia, como pela sua análise teórica, promovendo o pensamento, o debate e a publicação.
Improvisar como acto de compor em tempo real. Compor de forma irreversível, no emaranhado risco da impossibilidade de refazer. Num fazer a cada momento, decisivo, em cadência, cada movimento, cada som, respondendo ao impulso criativo instantâneo. E nisto, subverter os papéis, dar a quem vê e ouve a possibilidade de voltar a ver, reflectir no ouvir, possibilitar a percepção. O público no lugar cúmplice do ensaio, e os outros no lugar do palco a fruir, assistindo num fazer. Compor aqui, é fazer sem emendas, sem passar a limpo, em palco directo. Compor na emoção e assistir racional.