Na definição etimológica da palavra “objecto” está contida a ideia que um objecto é algo “que se dá a ver”, algo que existe ou que “está lá” para ser visto.
Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos mostra-nos objectos do mundo. Entre esses objectos e quem os manipula há um efeito de ricochete, um movimento de revelação de sentidos outros, inesperados. Entre esses objectos, quem os manipula e o espectador há um triângulo – uma tensão que empurra as margens das ideias e das sensações até à vibração dos símbolos.
Perante estes objectos, as ideias são caminhos para outras ideias e, como em todos os caminhos, há troços que se abrem, se apertam e se bifurcam. Podemos percorrê-los com ritmos e respirações diferentes, como se os pensamentos ganhassem forma pelo modo como pulsam e se friccionam. São objectos do mundo, em contacto e em curto circuito, algures a caminho entre o lado material e o lado etéreo das coisas, entre o quotidiano e o onírico, entre o genérico e o excepcional. E, quem sabe, é nesse “trocar as voltas” ao mundo de todos os dias – esse mundo de objectos genéricos para produção, consumo e desperdício – que podemos tocar um outro lado das coisas.
Rita Natálio
Ficha Artística
Direcção artística
Vera Mantero
Performance e co-criação
Christophe Ives, Marcela Levi, Miguel Pereira e Vera Mantero
Colaboração dramatúrgica
Rita Natálio
Dispositivo cénico e figurinos
Nadia Lauro
Adereços
toda a equipa
Música e sonoplastia
Andrea Parkins
Desenho de luz e direcção técnica
Erik Houllier
Produção
O Rumo do Fumo
Co-produção
Alkantara, Lisboa/Portugal; Culturgest, Lisboa/Portugal; Teatro de la Laboral-Ciudad de la Cultura, Gijón/Espanha; Kunsten Festival des Arts, Bruxelas/Bélgica; Festival Montpellier Danse 09, Montpellier/França
Co-produção e residência
CNDC Angers, Angers/França; O Espaço do Tempo, Montemor-o- Novo/Portugal; PACT Zollverein, Essen/Alemanha
Residência e apoio
Les Brigittines, Bruxelas/Bélgica; Centro Cultural Vila Flor, Guimarães/ Portugal
Apoio
Atelier Re.Al, Lisboa/Portugal