Este projecto partiu da ideia de Vitor Rua de constituir este trio para fazer música para os 16 poemas zen de Herberto Helder, integrando neste conceito as “violas portuguesas mutantes” que Nuno Rebelo tem vindo a explorar desde 1993.

A interpretação criativa e subversiva dos poemas por Vera Mantero, tornou necessária a apresentação visual dos poemas, que deu origem às 16 animações em vídeo criadas por Nuno Rebelo. Além da sua primeira função de apresentar os poemas na sua forma original, as animações também funcionam como um cenário para a performance, numa interpretação plástica lúdica dos poemas.

As guitarras portuguesas mutantes de Nuno Rebelo e Vítor Rua surgem neste contexto desenhando diferentes paisagens sonoras que funcionam como texturas para os poemas, destruídos e reconstruídos através da voz de Vera Mantero. No 'parlato' das vozes, nas vocalizações líricas e sussurros, na sonoridade frágil e preciosa das guitarras portuguesas mutantes e na qualidade psicadélica do vídeo, aventura-se uma espécie de Zen, um Zen que embora vindo do oriente e origens antigas, arrisca um modo de ser contemporâneo e ocidental, como – na nossa opinião – Herberto Helder fez nos seus 16 poemas zen.

Em Junho de 2005, o trio fez uma participação no CD compilação “Portugal a new sound portrait”, com edição N_Records, com o tema “O vento pára”.