Duas figuras falam numa língua que lhes pertence apenas a elas, num espaço-tempo que nos escapa. Misturam e mesclam destroços de palavras e reminiscências da língua inglesa, superando o seu significado mas sublimando a musicalidade dos fonemas utilizados. Reconhecemos atitudes, palavras, entoações, mas a leitura é constantemente perturbada. Usam as mãos para se conectar, dialogar, criar significados: são mãos-objectos, mãos-máscaras, mãos-próteses que despertam e esculpem a imaginação no seu caminho. A languidez e a delicadeza desta gestualidade pantomímica instigam a aparição do fantástico. Num impulso dadaísta, Stand still you ever-moving spheres of heaven desenrola um longo linóleo branco, microcosmo minimalista da imaginação em movimento. Poema visual e sonoro com erupções surrealistas, a peça coloca em jogo as possibilidades da imaginação.
Ficha Artística